Resenha: Crônicas de Gelo e Fogo

Título: Crônicas de Gelo e Fogo

Autor: George R.R. Martin

Editora: Leya

Crônicas de Gelo e Fogo

No título da saga, indícios das duas principais forças da história: o frio trazido por seres assustadores e o fogo dos dragões. Ah, como seria simples se fosse só isso! A trama de George Martin é uma das mais complicadas e fascinantes que já li. Composto por cinco livros até agora (há mais dois em produção, e os fãs esperam que o autor, de 65 anos, consiga terminá-los), a história dos milhares de personagens se entrelaça das maneiras mais deliciosamente incompreensíveis.

Basicamente, a história é centrada em uma guerra quase que eterna pelo controle dos Sete Reinos de Westeros e o assento do famigerado Trono de Ferro; a ameaça iminente para além da Muralha que separa os reinos de criaturas sobrenaturais chamadas de Outros; e a batalha de Daenerys Targaryen, filha de um antigo rei louco que foi tirado do trono há muitos anos durante outra guerra, para reivindicar seu status de Rainha.

A trama é medieval e encantadora: além de interligar histórias como ninguém, George Martin tirou de sua cabeça um número absolutamente impressionante de personagens, e, de alguma forma, os mantêm ativos mesmo quando o foco do livro é outra história paralela. Todas as obras têm pontos de vista de vários personagens, o que torna a história duplamente interessante.

Para quem gosta de fantasia e ficção, é um prato cheio. O livro, é claro, por se passar em outra época e em um mundo fictício com linguagens próprias, inclusive, “exagera” nas guerras, nas batalhas, no sangue, no sexo, nos absurdos e até nas reviravoltas. Ainda assim, a eterna luta pelo poder e as características de cada personagem fazem a gente manter um pé na realidade. Admirador confesso de J.R.R.Tolkien (O Senhor dos Anéis), desde criança, George conseguiu criar uma trama complexa (sem atenção não dá, você vai perder muitos detalhes!), cativante e impossível de parar de ler. A série, uma adaptação dos livros lançados até agora, tornou a saga famosa mundialmente, mas os Sete Reinos de Westeros já encantavam fãs desde 1996, quando o primeiro livro foi lançado. Vale a pena ler tudo e, depois, se deliciar com a versão para as telinhas.

 

Impecável

 

Resenha: coleção Pretty Little Liars

Título: Coleção Pretty Little Liars (2007)

Autor: Sara Shepard

Editora: Rocco

Coleção Pretty Little Liars

Acompanho a série Pretty Little Liars e a história misteriosa do desaparecimento da aparentemente perfeita Alison me fascinou. Logicamente, fui comprar os livros no ano passado para conferir a trama que inspirou a série.

Alison, Arya, Spencer, Hannah e Emily eram um grupo de amigas que parecia perfeito e inseparável, mas, é claro, a vida não é só flores. Alison, líder do grupo, era manipuladora e tinha sérios desvios de conduta que pareciam influenciar as outras quatro. Até que, após uma noite no celeiro da casa de Spencer, Alison desaparece. Isso separa o grupo e, três anos depois, as quatro meninas voltam a se encontrar, bastante diferentes, mas com uma coisa em comum: ainda assombradas pelo desaparecimento da amiga. É aí que alguém misterioso que se identifica como “A” começa a mandar mensagens às meninas, deixando claro que tem observado cada passo que elas dão – e que sabe todos os seus segredos mais obscuros.

Logo, o corpo de Alison é descoberto, mas os mistérios não param por aí. Quem é a pessoa que tem mandado mensagens às liars? Porque elas seguem vendo pessoas que parecem ser Alison por aí? Estaria a garota viva? E, se sim, então de quem é o corpo que foi encontrado? A escrita de Sara Shepard é viciante, e a história, fascinante. Lindas garotas, problemas psicológicos, mistério, suspense e muitas reviravoltas. Vale a pena ler. O lado ruim é que é uma série comprida. O ritmo dos primeiros livros flui com rapidez, mas muito bem. Com o passar do tempo, contudo, as coisas parecem se enrolar e a trama fica cansativa. Colocar reviravoltas demais também não é agradável, acaba deixando tudo meio confuso. Já são 14 livros lançados, divididos em três arcos. O próximo deve sair em junho. O último da série, no segundo semestre. Pelo jeito, “A” não se cansa de atormentar as liars. Apesar das confusões na trama, vale a pena ler. Há algo extremamente viciante em conhecer a história de garotas bonitas que carregam segredos feios…

Bom

Resenha: Seis Coisas Impossíveis

Título: Seis Coisas Impossíveis (2013)

Autor: Fiona Wood

Editora: Novo Conceito

Páginas: 272

Sabe quando tudo parece acontecer de uma só vez e a vida dá aquela sacolejada na gente? Foi o que aconteceu com Dan. O pai do jovem faliu, assumiu que é gay, e se separou de sua mãe. Sem dinheiro, os dois tiveram de se mudar para uma casa estranha que receberam de herança. A vida boa que Dan tinha, as noites de comida farta e saídas para jantar, agora são uma lembrança distante. Ele tem de assumir responsabilidades e tentar se encaixar em sua nova escola. Sua única distração é a vizinha Estelle. E, também, uma lista de coisas impossíveis a fazer:

1. Beijar a garota.
2. Arrumar um emprego.
3. Dar uma animada na mãe.
4. Tentar não ser um nerd completo.
5. Falar com seu pai quando ele liga.
6. Descobrir como ser bom e não sair abandonando os outros por aí…

Seis Coisas Impossíveis é, inegavelmente, um aguinha com açúcar. Ainda assim, é um aguinha com açúcar que dá lições bacanas sobe como é possível fazer do limão uma limonada e aproveitar a beleza da simplicidade. Como é o caso de muitos jovens, Dan acaba tendo que amadurecer antes do tempo. Arruma um emprego, adquire mais responsabilidades, mas, ainda assim, não deixa de ser um adolescente comum, que tem seus anseios, dúvidas, inseguranças e fortes opiniões. Dan é um menino sensível que, apesar de querer se encaixar como qualquer outro, tem uma admirável noção de quem ele é. Aliás, talvez até um pouquinho demais para a idade, isso foi algo que me incomodou um pouco no livro. Às vezes, parece que a história está sendo narrada por um adulto e fiquei com a sensação de que faltou profundidade em várias situações. No caso de Dan, seria perfeitamente normal ele ter acessos de raiva ou tristeza e, ainda que isso apareça de vez em quando, a calma com a qual ele resolve a maioria das situações é um tanto intrigante. Proposital ou falta de aprofundamento no personagem? Bom, seja o que for, não é um livro ruim e certamente vale o entretenimento. Aliás, fazer uma lista de seis coisas impossíveis parece uma boa ideia. Às vezes, a gente tem dificuldade em visualizar o futuro e os próprios sonhos. Colocar no papel definitivamente ajuda a colocar a cabeça em ordem.

Bem, apesar da boa ideia, classifiquei o livro como “chuchu”. Se está ali, bacana, vamos comer. Se não está, não faz diferença nenhuma. Pelo menos para mim! Bem que dizem que chuchu é o quarto estado da água…

Chuchu

Final alternativo para Harry Potter

A postagem de um fã descontente com o final da série Harry Potter provocou muita discussão pela Internet. A postagem parece ter sido feita há um ano no IMGUR, mas eu só a vi recentemente. Em primeiro lugar, deixem-me dizer (mais uma vez) que sou apaixonada pela saga e que amei o sétimo livro. O epílogo, contudo, me pareceu completamente desconectado do resto da história. Gostei do que aconteceu, é claro – Harry merecia um final feliz, afinal de contas!, mas achei estranho, como se algo estivesse faltando.

Esse final sugerido pelo fã seria triste, talvez, mas genial mesmo assim. Consiste, basicamente, em uma interpretação diferente para a profecia entre Harry e Voldemort. A parte que diz “either must die at the hand of the other; for neither can live while the other survives”. No livro, significa que um terá de morrer pelas mãos do outro, mas o fã questionou o seguinte: e se o significado fosse que a única maneira que qualquer um deles pudesse morrer fosse pelas mãos do outro? Isso significaria que quem sobrevivesse não poderia morrer nunca. Se Harry matasse Voldemort, então, sacrificaria a própria morte. Ou seja, teria de viver para sempre, se tornando, literalmente, O Menino Que Sobreviveu. Muitos diriam “ah, que máximo”, mas ele teria de presenciar a morte de todos os seus entes queridos e jamais poderia reencontrá-los em algum lugar após a morte (um conceito inserido claramente no livro, de que há algum lugar para “além do véu”). Seria um sacrifício terrível para Harry.

Achei a ideia absolutamente fantástica e me perguntei por que motivo J.K. Rowling não seguiu um rumo assim. Fecharia completamente com os conceitos de vida após a morte que apareceram durante os sete livros. Certamente, ela deve ter pensado em algo parecido. Mas as histórias de J.K. passaram por editores. Com certeza, o lado comercial e o fim “água com açúcar” tiveram de prevalecer. Ainda assim, é fantástico imaginar como poderia ter sido. As possibilidades são inúmeras e essa é a beleza da ficção. E da vida. =D

Resenha: Esconda-se

Título: Esconda-se (2013)

Autor: Lisa Gardner

Editora: Novo Conceito

Páginas: 400

Esconda-se

Ontem, li uma frase em uma página que sigo no Facebook (não subestimem, tem coisa boa de vez em quando) que, estranhamente, se aplica a este livro: “As pessoas não são más. As pessoas são doentes. E pessoas doentes fazem coisas ruins”.

Anabelle é uma mulher que passou a vida inteira se escondendo de uma ameaça que nem sabia o que era. Aos sete anos, começou a receber presentes misteriosos endereçados a ela. Desconfiado e temeroso, o misterioso pai de Anabelle arrastou ela e a mãe pelo país inteiro. Nunca ficavam em um lugar por mais de dois anos. Sem estabelecer laços com ninguém a não ser os pais e trocando de nome a cada cidade, a protagonista teve uma infância difícil. Após perder os pais, anos mais tarde, ela se estabelece em Boston achando que finalmente está livre de qualquer que fosse a ameaça que assustava seu pai. Só que uma câmara subterrânea é descoberta no terreno de um antigo hospital psiquiátrico com seis corpos de jovens meninas. Uma delas é identificada como Anabelle. Como seria possível, se ela está viva? A jovem precisa se unir aos detetives D.D. e Bobby para tentar desvendar os mistérios de seu passado.

O livro não é nenhum suspense policial genial, mas definitivamente prende a atenção do leitor. Tem algumas reviravoltas interessantes (e é difícil de admitir: para alguém que gosta de adivinhar finais – e costuma ter algum talento para isso – eu não previa o encerramento da história). O leitor vai recebendo as pistas ao mesmo tempo em que os investigadores, o que torna a narrativa muito real, porque é possível sentir a agonia dos policiais que têm as peças do quebra-cabeça, mas não conseguem encaixá-las. É muito legal tentar desvendar o mistério junto com os personagens. Lado ruim: é perturbador ler sobre maníacos que perseguem menininhas, naturalmente. Ainda assim, é bom ver o empenho da polícia em solucionar o caso. Os investigadores não são mostrados como os poderosos e bad-boys, mas como pessoas que também têm seus próprios problemas, trabalham horas inacreditáveis e acabam se envolvendo emocionalmente com os casos que tentam solucionar.

Bom

J.K. Rowling vai lançar novo livro sob pseudônimo

Depois de O Chamado do Cuco, lançado sob o pseudônimo Robert Galbraith, J.K. Rowling vai fazer uma continuação. A informação foi publicada no Twitter da autora (com o nome @RGalbraith).

O segundo livro se chamará The Silkworm (o bicho-da-seda) e tem data de lançamento prevista para 19 de junho deste ano.

Capa de The Silkworm, novo livro de Robert Galbraith, pseudônimo de J.K. Rowling

Capa de The Silkworm, novo livro de Robert Galbraith, pseudônimo de J.K. Rowling

No primeiro livro desta nova saga de J.K., mundialmente conhecida pela série Harry Potter, o personagem Cormoran Strike é um veterano da guerra do Afeganistão. Ele se torna detetive e tem de investigar a morte de uma modelo problemática, um caso que acaba deixando o investigar pertíssimo do perigo.

Agora, Strike vai ter de desvendar o sumiço de um escritor que está prestes a publicar um livro com segredos cabeludos de pessoas próximas a ele.

Sou absolutamente apaixonada pela saga Harry Potter. Li Morte Súbita, o primeiro (oficial) de J.K. depois do fim da série, e achei um tanto confuso e uma história não tão cativante quanto sei que a autora é capaz. Já encomendei O Chamado do Cuco e certamente lerei esta nova obra. Assim que eu finalizar a leitura, coloco uma resenha aqui! Vamos ver “qualéqueé” a deste cidadão chamado Cormoran Strike…

Married ladies can have crushes, too

Quem nunca se apaixonou por personagens de livros? Acontece. Só é meio esquisito se for o Mr. Grey de 50 Tons de Cinza…

write meg!

. . . Well — book crushes, that is.

My earliest relationships weren’t with actual boys, friends. I didn’t manage to catch the eye of the cute kid in math class or Peter Brady or even Daniel, the first boy to earn a sappy valentine in second grade.

They were with book characters.

LoveI fell for bookish leading men long before I dared to express my feelings to any real-life ones. Relationships in my favorite novels taught me about relationships in general, especially in those impressionable teen years, and I feel like I’m a better reader — and person — because of it.

Though I am, in fact, a happily married lady, my devotion to my flesh-and-blood husband does not negate the underlying passion I can feel for literary men. We’ve all been there, right? Sometimes you can’t help but fall into a bottomless pit of yearning for some…

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Resenha: Esc@ndalo

Título: Esc@ndalo (2013)

Autor: Therese Fowler

Editora: Novo Conceito

Páginas: 384

Esc@ndalo

Dois jovens apaixonados. Um romance proibido pelo pai da garota. Romeu e Julieta? Não. Nem perto do clássico de Shakespeare. Na verdade, uma história um tanto agoniante de se ler. Na trama de Esc@ndalo (sim, com “@” – olá, títulos abrasileirados!), Amelia e Anthony são dois jovens brilhantes e talentosos que têm tudo para se destacar na Broadway, um dia. Ela tem 17 anos. Ele, 18. Amelia é a garotinha do papai, filha de um rico empresário do ramo automobilístico. Anthony estuda na mesma escola de alto nível, mas apenas porque sua mãe é professora ali. Vieram de caminhos diferentes, mas os dois se encontraram e a fagulha virou chama. Esconderam o namoro, porque Amelia temia a reação dos pais. De certa forma, ela estava correta.

Eis que Amelia e Anthony acharam que seria uma ideia caliente trocar imagens provocantes por e-mail. Só que o pai de Amelia, Harlan, certa manhã, resolve procurar sarna para se coçar e abre o computador da filha (alô, invasão de privacidade). Lá, acaba encontrando imagens de Anthony. Ele aciona a polícia e ambos os jovens (para o desgosto de Harlan, que esperava incriminar Anthony e fazê-lo parecer um rapaz mau que corrompeu sua inocente menina) vão presos, acusados de todos os crimes sexuais possíveis no que a mídia chama, na trama, de escândalo de “sexting”.

É frustrante observar como o pai de Amelia, a polícia e a mídia transformam o romance dos dois jovens em algo perverso e terrível. É claro que, se Amelia tivesse tentado enfrentar o pai (que parece sofrer do famoso “não quero que minha criança cresça”, entre outros medos e inseguranças) desde o começo, talvez a situação não tivesse sido tão ruim.

O final é bastante chocante (com uma pitadinha de Romeu e Julieta) e é agradável ver como, por trás da história do romance, tem um sério questionamento sobre até onde vai a justiça, a intromissão da mídia e, lógico, relacionamentos familiares e a clássica falta de diálogo. Tanta coisa pode ser resolvida na base da conversa… Fica aí a lição do livro e um pensamento bem particular: as coisas não precisam tomar rumos drásticos para que assuntos sejam debatidos.

Bom

P.S. As fotos de Anthony nu, em questão, são vistas pelo pai de Amelia, na trama. E, no livro, o casal realmente tem planos, amam-se e têm a intenção de construir um futuro. No dia-a-dia, a situação pode ser bem diferente. No ano passado, ouvimos falar de dois casos de adolescentes que acabaram cometendo suicídio após terem fotos íntimas suas divulgadas na Internet. O meio eletrônico pode ser um perigo e a chance das imagens (ou vídeos) vazarem é gigantesca. Casos em que as imagens são divulgadas pelos parceiros ou parceiras após uma briga ou simplesmente por diversão não são raros. Então, cuidemos com a escolha dos parceiros. Não vou nem entrar no mérito do sexo precoce na adolescência, mas que seja feito, pelo menos, com segurança. E não acredito que estou citando Faustão, mas se ele ou ela quiser dar aquela filmadinha, acho que cabe bem a velha história do “quem sabe faz ao vivo” – e sem precisar mostrar para todo mundo.

O arrependimento de J.K. Rowling?

Um pedaço de uma entrevista da autora J.K. Rowling, que ficou famosa pela saga Harry Potter, divulgada pelo jornal The Sunday Times, surpreendeu os fãs. A entrevista foi conduzida pela atriz Emma Watson, que viveu Hermione nas adaptações cinematográficas, para a revista Wonderland. No trecho, J.K. disse que Hermione deveria ter se casado com Harry, e não com Rony, como aconteceu na trama. 

Quem me conhece sabe que sou apaixonada pela saga potteriana e que sou fã confessa do casal Rony e Hermione. Agora, J.K. partiu meu lindo coração em mil pedacinhos ao afirmar que escreveu a relação de Rony e Hermione por um desejo próprio. “Por razões que tem pouco a ver com literatura e mais a ver comigo me ligando à trama que imaginei no começo, Hermione ficou com Rony”, disse. Ela ainda afirmou que podia ouvir a fúria que a declaração causaria em alguns fãs, mas garantiu que estava sendo honesta e que, agora, sete anos depois do fim da série, pôde analisar a situação. A autora ainda afirmou que Rony e Hermione certamente precisariam de terapia de casal.

A declaração reacendeu o fogo da batalha “fãs de Rony e Hermione x fãs de Harry e Hermione”. Um dos argumentos dos fãs do protagonista e da bruxa é de que Rony era muito inseguro e que a relação não teria sido saudável e que o fato de Harry e Hermione serem bruxos poderosos e trem crescido como trouxas os faria mais compatíveis.

Fiquei chocada com a notícia. A relação entre Rony e Hermione sempre esteve longe de ser perfeita, mas uma das coisas que sempre gostei na série foi justamente o fato de várias situações acontecerem da maneira mais imperfeita e real possível. Talvez Harry fosse o “par ideal” em termos de compatibilidade, a escolha “óbvia” e segura. Mas o amor não escolhe personalidades perfeitas. Elas não existem. O próprio Harry também foi escrito como tendo uma série de questões mal-resolvidas, mas sempre percebi Rony muito mais “humano” nesse sentido. Justamente por isso, sempre achei a relação dele com Hermione muitíssimo bem escrita e bem pensada, mais do que seria fazer Harry ficar com Hermione.

É estranho ouvir um arrependimento após milhares de declarações da própria J.K. que afirmavam o contrário. Acho excelente que ela tenha escrito por desejo próprio e não por questões de “literatura”. Ora, a saga inteira é um reflexo da vida da autora: aprender a lidar com a morte, o sentimento de ser órfão, pobreza, depressão, mas também amor, amizade e magia. Ao meu ver, se ela tivesse seguido alguma receita de bolo-literário, certamente a saga não seria o que é hoje.

Na trama, Rony e Hermione casaram e tiveram dois filhos: Rose e Hugo. Vamos aguardar a íntegra da entrevista para, talvez, entender melhor o contexto. Ou ela simplesmente mudou de ideia, está se autoanalisando ou resolveu jogar lenha na fogueira para ver a fumaça subir.

(Sim, passei de 365 palavras, mas vamos combinar: a situação pediu!)

Resenha: Os Adoráveis

Foto: Raquel Reckziegel

Foto: Raquel Reckziegel

Título: Os Adoráveis (2012)

Autor: Sarra Manning

Editora: Novo Conceito

Páginas: 384

 Ser dork* é um estilo de vida. Pelo menos, é o que pensa a adorável Jeane. No mundo online, é uma blogueira premiadíssima com o Adorkable, twitteira de plantão e super consultada pela mídia (alternativa ou não!) sobre as tendências do mundo da moda dork. Na vida real, contudo, suas roupas de brechó, seus cabelos fora do padrão e a atitude “estou acima de você/essa juventude está perdida” acaba afastando as pessoas e a fazendo sentir, mesmo que ela não admita, solitária.

Os Adoráveis é um belo exemplo de título que serve para descrever o livro. Adorável mesmo. É uma história de amor entre uma jovem totalmente fora do comum e um rapaz para quem não seguir o padrão e as expectativas da sociedade é assustador. Bem que dizem que os opostos se atraem…

As vidas de Jeane e Michael se entrelaçam quando seus “ex” começam a sair juntos. Nenhum dos dois gosta muito da ideia de ter de falar com o outro, mas, por alguma razão misteriosa (daquelas que só quem ama consiga, talvez, entender – porque explicar é complicado), não conseguem evitar a atração e o magnetismo que sentem.

O que normalmente me incomoda em alguns livros que podem ser considerados é o modo superficial como as relações são abordadas. Sarra Manning conseguiu fazer exatamente ao contrário. Mergulhou na personalidade de Jeane e Michael abordando a vida de forma bastante adulta e me mostrou exatamente porque, afinal, os dois são perfeitos um para o outro. Porque são. Leiam. Vocês vão entender. =D

É difícil não simpatizar com Jeane. Mike, às vezes, parece um tanto comum demais, mas, afinal, ao lado da protagonista, quem não pareceria? Entre muitas brigas e discussões, Jeane apresenta a Michael um lado mais alternativo da vida e ele mostra a ela a importância do vínculo familiar e amoroso. Bem, eu seguiria o @adorkable no Twitter. Com certeza! #nósamamosaJeane

Vale a pena. Leitura leve, descontraída e bem-humorada.

*Estereótipo de jovem que usa óculos de aros grossos, roupas velhas e tende a ser magro ou gordo demais. Além disso, é visto como um outsider, um “excluído” dos meios sociais comuns. 

Bom